21 de janeiro - Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
“Uma comemoração com a beleza e a dimensão à altura da importância da data”. Com estas palavras, a ouvidora-geral da Câmara Municipal de Salvador, vereadora Olívia Santana (PCdoB), definiu a celebração do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, realizado neste sábado (21/01), no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O ato de celebração da data e culminância do projeto “Unidos Contra a Intolerância Religiosa”, promovido pela Ouvidoria da Câmara, em parceria com o Centro de Educação e Cultura Popular (Cecup) e a União de Negros pela Igualdade (Unegro), lotou o auditório e as galerias da sede da UFBA, com representações de distintas correntes religiosas.
Olívia iniciou a cerimônia agradecendo à yalorixá Mãe Stella de Oxóssi, ao médium e líder espírita José Medrado, ao padre Gaspar Sadoc e ao pastor Djalma Torres, que cederam as suas imagens e vozes para o projeto. “Saudamos com alegria e gratidão a estas memoráveis figuras que compreenderam a grandeza deste projeto e concordaram em participar da campanha”. Em seguida, a vereadora resgatou a história da data, relembrando a morte da yalorixá Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda, e a luta da família da vítima em busca de justiça. Olívia lembrou ainda, que o dia 21 de janeiro é também o Dia Mundial da Religião. “Não entendo o porquê da existência da intolerância religiosa, já que todas as religiões pregam a paz e o amor”, questionou.
Afirmando que todos os líderes religiosos, se interrogados, manifestariam-se contrários à intolerância religiosa, Medrado disse não saber o motivo da existência desta mazela. Segundo o médium, a resposta para esta questão pode estar no distanciamento entre a teoria e a prática. “Precisamos deixar de apenas falar neste tema e praticar o respeito no nosso cotidiano”. Para ele, o povo de santo, “o mais massacrado pela intolerância”, deveria deixar de pedir tolerância e “exigir respeito”. Mãe Stella destacou que religião não combina com discriminação e intolerância. A religiosa entoou um cântico em ioruba, sendo acompanhada e aplaudida de pé por todo o auditório. Gesto semelhante fez o pastor Djalma Torres, que evocou em oração a união de todos os credos.
fonte: www.generoraçaetnia.org.br
Piaui – Umbandistas protestam contra intolerância religiosa
“Estamos
em estado de graça”. Foi assim que a presidente da Rede Estadual de
Cultos Afro-brasileiros do Piauí, Mãe Eufrasina de Iansã, definiu a
sensação por comemorar Dia Nacional da Umbanda ontem (15) na Avenida
Marechal Castelo Branco. Pela primeira vez, a data foi celebrada com seu
devido reconhecimento. Em maio deste ano, a presidente Dilma Rousseff
assinou o decreto que deu origem a Lei N° 12.644 e que instituiu o dia
15 de novembro como Dia Nacional da Umbanda.
A festa foi realizada próximo ao santuário da Iemanjá. Além de celebrar a data, os umbandistas protestaram contra a intolerância religiosa que tem como exemplo mais recente a constante depredação da imagem da Iemanjá que fica às margens do rio Poti, na Avenida Marechal.
“Ao mesmo tempo em que estamos em festa pelo reconhecimento do Dia da Umbanda, uma luta que tínhamos há bastante tempo, estamos aqui pedindo respeito à Iemanjá, que é natureza, é mãe, e precisa ser respeitada. Acredito que as pessoas devam conhecer mais a Umbanda para respeita a nossa religião bem como toda e qualquer manifestação religiosa. Celebrações como essa em público ajudam nisso”, declarou Mãe Eufrasina de Iansã.
A Umbanda chega aos 104 anos de renascimento porque os umbandistas entendem que a religião já existia antes da chegada dos negros ao Brasil, local escolhido ressurgimento da religião.
“O reconhecimento do Dia da Umbanda por parte da presidente da Dilma é uma grande vitória para nós. Por isso, além de celebrarmos a data, devemos continuar nossa luta, dessa vez, pela intolerância religiosa. Hoje é dia de reivindicar nossos direitos, hoje todos nós vamos as ruas para dizer um bastar à intolerância. E, para isso, estamos não só próximo à imagem de Iemanjá, mas, também, próximo ao rio Poti que está morrendo por conta do desrespeito do ser humano para com a natureza. Para nós água é coisa sagrada, água é vida, por isso estamos protestando também contra a morte do rio, temos que sensibilizar os gestores do estado e do município para intercedam pelo Poti”, colocou Assunção Aguiar, umbandista e membro do movimento Coisa de Negro.
Assunção destaca que todos os terreiros estão em festa pelo reconhecimento nacional da Umbanda. O próximo passo dos adeptos da religião será uma cobrança à Assembleia Legislativa do Piauí e à Câmara Municipal para que referenciem o Dia Estadual e Municipal da Umbanda nos calendários de datas comemorativas do Piauí e de Teresina.
No último mapeamento feito pela Rede Estadual de Cultos Afro-brasileiros, foram contabilizados 480 tendas e terreiros em Teresina, grande parte em fundo de quintais de casas. De acordo com o Pai de Santo Fabrício Marques, o preconceito é o que tem feito que muitos terreiros ainda funcionem de forma discreta em todo o Piauí. “As barbaridades cometidas com a imagem de Iemanjá são provas que esse preconceito precisa ser combatido”, disse.
Tendo em vista os inúmeros casos de depredação da imagem de Iemanjá e o preconceito com as tendas e terreiros da cidade, a Rede Estadual de Cultos Afro-brasileiros pretende solicitar junto à Prefeitura de Teresina o tombamento da imagem de Iemanjá e das casas de santo mais antigas da cidade. “É uma das formas de proteger algo que para nós são patrimônios que não podem ser alvo de vândalos, que muitas vezes são de outros segmentos religiosos”, disse o Pai de Santo.
Fonte: Jornal O DIA
A festa foi realizada próximo ao santuário da Iemanjá. Além de celebrar a data, os umbandistas protestaram contra a intolerância religiosa que tem como exemplo mais recente a constante depredação da imagem da Iemanjá que fica às margens do rio Poti, na Avenida Marechal.
“Ao mesmo tempo em que estamos em festa pelo reconhecimento do Dia da Umbanda, uma luta que tínhamos há bastante tempo, estamos aqui pedindo respeito à Iemanjá, que é natureza, é mãe, e precisa ser respeitada. Acredito que as pessoas devam conhecer mais a Umbanda para respeita a nossa religião bem como toda e qualquer manifestação religiosa. Celebrações como essa em público ajudam nisso”, declarou Mãe Eufrasina de Iansã.
A Umbanda chega aos 104 anos de renascimento porque os umbandistas entendem que a religião já existia antes da chegada dos negros ao Brasil, local escolhido ressurgimento da religião.
“O reconhecimento do Dia da Umbanda por parte da presidente da Dilma é uma grande vitória para nós. Por isso, além de celebrarmos a data, devemos continuar nossa luta, dessa vez, pela intolerância religiosa. Hoje é dia de reivindicar nossos direitos, hoje todos nós vamos as ruas para dizer um bastar à intolerância. E, para isso, estamos não só próximo à imagem de Iemanjá, mas, também, próximo ao rio Poti que está morrendo por conta do desrespeito do ser humano para com a natureza. Para nós água é coisa sagrada, água é vida, por isso estamos protestando também contra a morte do rio, temos que sensibilizar os gestores do estado e do município para intercedam pelo Poti”, colocou Assunção Aguiar, umbandista e membro do movimento Coisa de Negro.
Assunção destaca que todos os terreiros estão em festa pelo reconhecimento nacional da Umbanda. O próximo passo dos adeptos da religião será uma cobrança à Assembleia Legislativa do Piauí e à Câmara Municipal para que referenciem o Dia Estadual e Municipal da Umbanda nos calendários de datas comemorativas do Piauí e de Teresina.
No último mapeamento feito pela Rede Estadual de Cultos Afro-brasileiros, foram contabilizados 480 tendas e terreiros em Teresina, grande parte em fundo de quintais de casas. De acordo com o Pai de Santo Fabrício Marques, o preconceito é o que tem feito que muitos terreiros ainda funcionem de forma discreta em todo o Piauí. “As barbaridades cometidas com a imagem de Iemanjá são provas que esse preconceito precisa ser combatido”, disse.
Tendo em vista os inúmeros casos de depredação da imagem de Iemanjá e o preconceito com as tendas e terreiros da cidade, a Rede Estadual de Cultos Afro-brasileiros pretende solicitar junto à Prefeitura de Teresina o tombamento da imagem de Iemanjá e das casas de santo mais antigas da cidade. “É uma das formas de proteger algo que para nós são patrimônios que não podem ser alvo de vândalos, que muitas vezes são de outros segmentos religiosos”, disse o Pai de Santo.
Fonte: Jornal O DIA
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