Desenho do rosto de Haroldo Gonzalez
feito pelo artista Herbert Veras
Poema N° 24
feito pelo artista Herbert Veras
Engenheiro agrônomo, facilitador de biodança, educador
biocêntrico, poeta, trabalhou na Casa da Cultura. Escreveu uma monografia sobre
poesia e biodança, ganhou o prêmio novos autores do concurso H. Dobal em 2003,
escreveu dois livros de poesia, atualmente ´facilitador de crianças e seus
familiares no CAP’S (Estado) e está se preparando pra receber seu grupo de
biodança com ênfase na vivência poética.
Poema N° 24
O poema
não é feito
de palavras
mas do sol
que nasce no peito.
Um pensamento
que vira sentimento
no meio da página
como um pássaro
na limpidez da manhã.
Poema n° 25
Povoam a rua
Com medida.
Caminham com direção a caminhos certos.
As ruas de Teresina
Nada são
Sem os muitos tempos
Calados dentro das sacolas.
Sem as meias limpinhas
De gosto duvidoso
Acendendo um olhar
De vizinhos antigos.
Caminho há muitos anos
Entre rostos, casas, calçadas.
Trago marcas do primeiro dia.
Entre um dia e outro
Certamente Deus cuida
Desse olhar diário
Que a cidade
Há tantos anos
Imprime nas crianças,
Nos seus ombros.
Até se esquecerem
O mistério escondido
No chapéu do mendigo
Na porta da farmácia.
Poema n° 26
Guardo no coração
O doce fartalhar
Das folhas
Das palmeiras
Ao vento.
O canto da rolinha
Em empoleirada nas tardes
Secas das roças queimadas.
Poema n° 27
Pra ser poeta
Esqueço todo poeta do mundo.
Senão não restará
Um poema simples
Como uma janela aberta.
Poema n°28
Fico da outra margem
do tempo
ainda no mesmo porto
esperando lavar meu coração,
embracara na canoa
que gera o sonho
audível na água
que desce ávida
pela minha vida
Poema n° 29
Ah mar azul
quantos dias te espero
e somes na espuma
eternamente salgado
na lembrança.
Poema n° 30
Abençoado seja Deus
que fez o infinito
do verde dos campos
se perdendo na distância
de uma manhã do tempo.
Muito boa essa coletanea de poesias de Haroldo, vc está de parabens por tocar nossa sensibilidade.
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