quinta-feira, 14 de março de 2013

Dia da poesia.



Castro Alves

 





      A poesia é a arte que  trabalha esteticamente a combinação de palavras formando frases poéticas, que expressam os diversos sentimentos humanos, seja ele de amor, ódio, tristeza crítica, sátira. Desse modo, a poesia se classifica de três modos: as  existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas.


     A poesia ganhou esse dia especial em homenagem ao poeta  Castro Alves (1847-1871) que nasceu em 14 de março. Castro Alves ficou conhecido como o poeta dos escravos, pois foi um militante contra a escravidão, suas poesias retratavam claramente o seu protesto contra o sistema de escravidão no Brasil, o seu primeiro poema relacionado ao tema Foi “A canção do Africano” e também  participava ativamente da vida política sendo um grande  defensor do sistema republicano, onde o povo elege seu presidente através do voto secreto.


    Castro Alves cursou  direito na cidade de Recife onde teve  a oportunidade  de participar  dos movimentos estudantis voltados as causas sociais. Castro Alves  era muito  galanteador  com sua beleza e sua voz marcante  despertava  admiração e paixões no coração das mulheres.






Os  poetas piauienses





Torquato Neto





     Torquato Neto projetou-se ao nível nacional por ter sido um dos principais  teóricos  do Tropicalismo, movimento artístico que revolucionou a arte brasileira  na década de 60. “Geléia Geral”, composição de sua autoria, é tida como manifesto-síntese desse movimento. Além de poeta, foi também jornalista, cineasta e letrista, tendo várias composições suas cantadas por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jards Macalé,  Carlos Pinto, Edu Lobo e a de Rock Titãs.


Mario Faustino






     Mario Faustino  dos Santos e Silva foi um dos poetas mais importantes e ativos de sua época, notabilizando-se não apenas como poeta inovador, mas também como tradutor e crítico de poesia. Como crítico, foi o organizador e responsável pela publicação, durante quase três anos, no Suplemento  Dominical  do Jornal do Brasil, da página literária “Poesia Experiência”- um misto de propósito teórico, de conhecimento do fenômeno poético, alicerçada na capacidade de refletir resumia a concepção poética, presente numa temática construída a partir da experiência de vida e da elaboração de uma linguagem nova. 




Da Costa e silva






     É o maior poeta da nossa  terra. É o poeta do Rio Parnaíba. Em sua poética encontramos heranças  românticas ; é parnasiano em alguns momentos, mas principalmente é um simbolista fervoroso de novas situações poéticas. Ainda vamos encontrar na última obra (Alhambra) alguns poemas de caráter modernista. 


     Os seus  influenciadores foram os poetas Verlaine,  Émile, Verhaeren, Baudelaire, Mallarmé, Edgar Alan Poe, Antero de Quental, Antônio Nobre, Cesário Verde e Cruz e Souza.

Na verdade, Da Costa e Silva é um poeta essencialmente lírico,  por isso assume excitante papel, quando nos faz sentir na pele seu espírito elegíaco.



     Hoje destacamos esses quatro  poetas  e suas belas poesias, pois a vida sem um toque de poesia não é vida. Logo em breve, postaremos os outros poetas da nossa terra, não esquecendo também os contemporâneos.





Cogito



Eu sou como eu sou

Pronome

Pessoal intransferível

Do homem que iniciei

Na medida do impossível

Eu sou como sou

Agora

Sem grandes segredos dantes

Sem novos segredos dentes

Nesta hora

Eu sou como sou presente

Desferrolhado indecente

Feito um pedaço de mim

Eu sou como eu sou

Vidente

E vivo tranquilamente

Todas as horas do fim.



Autor: Torquato Neto





 O mundo deu-me um amor

O mundo que venci deu-me um amor,
Um troféu perigoso, este cavalo
Carregados de infantes couraçados.
O mundo que venci deu-me um amor.
Alado galopando em céus irados,
Por cima de qualquer mundo de credo
Por cima de qualquer fosso de sexo.
O mundo que venci deu-me um amor.
Amor feito de insulto e  pranto e riso,
Amor que força a porta dos infernos,
Amor que galga  cume ao paraíso
Amor que dorme e treme. Que desperta
E  torna contra me, e me devora
E me rumina em cantos de vitória...

Autor: Mário  Faustino





Saudade


Saudade - olhar de minha mãe rezando e o pranto lento deslizando em fio saudade amor da minha terra... o rio cantigas de águas claras soluçando.

Noites de junho... O caburé com frio, ao luar, sobre o arvoredo, piando, piando... e ao vento as folhas lívidas cantando a saudade imortal de um sol de estio.

Saudade - asa de dor do pensamento| gemidos vãos de canaviais ao vento... Ai, mortalhas de névoa sobre a serra.

Saudade! O Parnaíba - velho monge as barbas brancas alongando... E ao longe, o mugido dos bois da minha terra...
 


Autor: Da costa e Silva







 A cruz da estrada


Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa-a em paz dormir na solidão.

Que vale o ramo do alecrim cheiroso
Que lhe atiras nos braços ao passar?
Vais espantar o bando buliçoso
Das borboletas, que lá vão pousar.

É de um escravo humilde sepultura,
Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz.
Deixa-o dormir no leito de verdura,
Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs.

Não precisa de ti. O gaturamo
Geme, por ele, à tarde, no sertão.
E a juriti, do taquaral no ramo,
Povoa, soluçando, a solidão.

Dentre os braços da cruz, a parasita,
Num abraço de flores, se prendeu.
Chora orvalhos a grama, que palpita;
Lhe  acende o vaga-lume o facho seu.

Quando, à noite, o silêncio habita as matas,
A sepultura fala a sós com Deus.
Prende-se a voz na boca das cascatas,
E as asas de ouro aos astros lá nos céus.

Caminheiro! do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.

Autor: Castro Alves






































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