Castro Alves
A poesia é a arte que
trabalha esteticamente a combinação de palavras formando frases
poéticas, que expressam os diversos sentimentos humanos, seja ele de amor, ódio,
tristeza crítica, sátira. Desse modo, a poesia se classifica de três modos: as existenciais, que retratam as experiências de
vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as
emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões
sociais e políticas.
A poesia ganhou esse dia especial em homenagem ao poeta Castro Alves (1847-1871) que nasceu em 14 de
março. Castro Alves ficou conhecido como o poeta dos escravos, pois foi um
militante contra a escravidão, suas poesias retratavam claramente o seu
protesto contra o sistema de escravidão no Brasil, o seu primeiro poema
relacionado ao tema Foi “A canção do Africano” e também participava ativamente da vida política sendo
um grande defensor do sistema republicano,
onde o povo elege seu presidente através do voto secreto.
Castro Alves cursou direito na cidade de Recife onde teve a oportunidade
de participar dos movimentos
estudantis voltados as causas sociais. Castro Alves era muito
galanteador com sua beleza e sua
voz marcante despertava admiração e paixões no coração das mulheres.
Os poetas piauienses
Torquato Neto
Torquato Neto projetou-se ao nível nacional por ter sido um
dos principais teóricos do Tropicalismo, movimento artístico que
revolucionou a arte brasileira na década
de 60. “Geléia Geral”, composição de sua autoria, é tida como manifesto-síntese
desse movimento. Além de poeta, foi também jornalista, cineasta e letrista, tendo
várias composições suas cantadas por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jards
Macalé, Carlos Pinto, Edu Lobo e a de
Rock Titãs.
Mario Faustino
Mario Faustino dos
Santos e Silva foi um dos poetas mais importantes e ativos de sua época,
notabilizando-se não apenas como poeta inovador, mas também como tradutor e
crítico de poesia. Como crítico, foi o organizador e responsável pela
publicação, durante quase três anos, no Suplemento Dominical
do Jornal do Brasil, da página literária “Poesia Experiência”- um misto
de propósito teórico, de conhecimento do fenômeno poético, alicerçada na
capacidade de refletir resumia a concepção poética, presente numa temática
construída a partir da experiência de vida e da elaboração de uma linguagem
nova.
Da Costa e silva
É o maior poeta da nossa
terra. É o poeta do Rio Parnaíba. Em sua poética encontramos
heranças românticas ; é parnasiano em
alguns momentos, mas principalmente é um simbolista fervoroso de novas
situações poéticas. Ainda vamos encontrar na última obra (Alhambra) alguns
poemas de caráter modernista.
Os seus
influenciadores foram os poetas Verlaine, Émile, Verhaeren, Baudelaire, Mallarmé, Edgar
Alan Poe, Antero de Quental, Antônio Nobre, Cesário Verde e Cruz e Souza.
Na verdade, Da Costa e Silva é um poeta essencialmente lírico, por isso assume excitante papel, quando nos
faz sentir na pele seu espírito elegíaco.
Hoje destacamos esses quatro poetas e suas belas poesias, pois a vida sem um toque
de poesia não é vida. Logo em breve, postaremos os outros poetas da nossa
terra, não esquecendo também os contemporâneos.
Cogito
Eu sou como eu sou
Pronome
Pessoal intransferível
Do homem que iniciei
Na medida do impossível
Eu sou como sou
Agora
Sem grandes segredos dantes
Sem novos segredos dentes
Nesta hora
Eu sou como sou presente
Desferrolhado indecente
Feito um pedaço de mim
Eu sou como eu sou
Vidente
E vivo tranquilamente
Todas as horas do fim.
Autor: Torquato Neto
O mundo deu-me um
amor
O mundo que venci deu-me um amor,
Um troféu perigoso, este cavalo
Carregados de infantes couraçados.
O mundo que venci deu-me um amor.
Alado galopando em céus irados,
Por cima de qualquer mundo de credo
Por cima de qualquer fosso de sexo.
O mundo que venci deu-me um amor.
Amor feito de insulto e pranto e riso,
Amor que força a porta dos infernos,
Amor que galga cume
ao paraíso
Amor que dorme e treme. Que desperta
E torna contra me, e
me devora
E me rumina em cantos de vitória...
Autor: Mário Faustino
Saudade
Saudade - olhar de minha mãe rezando e o pranto lento deslizando em fio saudade amor da minha terra... o rio cantigas de águas claras soluçando.
Noites de junho... O caburé com frio, ao luar, sobre o arvoredo, piando, piando... e ao vento as folhas lívidas cantando a saudade imortal de um sol de estio.
Saudade - asa de dor do pensamento| gemidos vãos de canaviais ao vento... Ai, mortalhas de névoa sobre a serra.
Saudade! O Parnaíba - velho monge as barbas brancas alongando... E ao longe, o mugido dos bois da minha terra...
Autor: Da costa e Silva
A cruz da estrada
Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa-a em paz dormir na solidão.
Que vale o ramo do alecrim cheiroso
Que lhe atiras nos braços ao passar?
Vais espantar o bando buliçoso
Das borboletas, que lá vão pousar.
É de um escravo humilde sepultura,
Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz.
Deixa-o dormir no leito de verdura,
Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs.
Não precisa de ti. O gaturamo
Geme, por ele, à tarde, no sertão.
E a juriti, do taquaral no ramo,
Povoa, soluçando, a solidão.
Dentre os braços da cruz, a parasita,
Num abraço de flores, se prendeu.
Chora orvalhos a grama, que palpita;
Lhe acende o
vaga-lume o facho seu.
Quando, à noite, o silêncio habita as matas,
A sepultura fala a sós com Deus.
Prende-se a voz na boca das cascatas,
E as asas de ouro aos astros lá nos céus.
Caminheiro! do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.
Autor: Castro Alves
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