quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O fim do mundo



 O fim do mundo


 

João, o Evangelista, exilado na ilha de Patmos, recebe de Jesus Cristo a “ revelação das coisas que deve acontecer muito em breve.” Seguiu-se uma  sucessões de visões de acontecimentos, numa descrição espetacular, que ainda hoje inquietam.   
      
      O apocalipse, último livro do novo testamento, excita imaginações e sempre levou grande número de pessoas a proclamar o fim do mundoa cada mudança de século.Apocalípticos de todos os matizes apregoam o fim do mundo material, carregado de dores e sofrimentos indizíveis, quando apenas uma pequeno número de eleitos do  senhor conseguirá a salvação.
     
      A tradição profética é uma herança dos Judeus cativos no Egito antigo, quea  receberam, por sua vez, dos Sumérios e Caldeus. João conserva essa tradição em seu texto repleto de simbolismo e beleza, antecipando o destino da humanidade. Os homens precisavam de uma imagem forte, carregada nas cores, para que a mensagem reveladora pudesse sobreviver aos séculos, até que nível de compreensão fosse atingido.
     
      Allan Kardec inaugura, com a edição de O Livro dos Espíritos, em 1857, a Era do Espirito para a humanidade; em que as palavras do Cristo retomariam o seu sentido original com as interpretações dos Espíritos Superiores. A Doutrina Espirita ganharia corpo  com a posterior publicação de O Evangelho Segundo o Espiritismo, O   Livro dos Médiuns, O Céu e o  Inferno e A Gênese, enfeixando conhecimentos da Terceira Revelação de Deus aos homens.
    
     O fim do mundo é um tema abordado por Allan Kardec, na melhor tradição profética, em Obras Póstumas, livro pouco estudado nos meios espírita. Encontramos várias mensagens que tratam de acontecimentos do final dos tempos, com uma visão clara dos eventos, ditados por espíritos de elevada sabedoria. Na segunda parte de Obras Póstumas “ das previsões concernentes ao Espiritismo”, Kardec presenta mensagens dos Espíritos, relativas ao fim do mundo, que assim nos esclarecem:

Certamente, não tendes a temer nem dilúvios, nem abrasamento de vosso planeta, nem outras coisas desse gênero, porque não se pode dar o nome de cataclismo a perturbações locais que não se produziriam em todas as épocas. Não haverá senão cataclismo moral, de que os homens serão os instrumentos. (grifo nosso)
    
    Portanto, o planeta não sofrerá a destruição que, de uma hora para outra, dizimaria toda a humanidade num evento terrível, tão ao gosto dos milenaristas e catastróficos de plantão.
    A Terra sempre passou por modificações físicas, que são leis naturais, e devemos entender tais leis como processos evolutivos em curso há bilhões de anos. Kardec esclarece ainda:

Não é, pois, o fim do mundo material que se prepara, mas o fim do mundo moral; é o velho mundo, o mundo dos preconceitos, do egoísmo, do orgulho, e do fanatismo que desaba; cada dia leva-lhes alguns resíduos [...] O reino deve nela suceder ao reino do mal.(grifo nosso)

   Vivemos, atualmente, os tempos preditos e assistimos ao desmoronar do velho mundo. Os espíritos endurecidos  no mal cedem, a pouco e  pouco, espaço a reencarnação de seres mais evoluídos Ainda em Obras Póstumas, encontramos:” Numa criança que nasça, em lugar de um espírito atrasado e levado ao mal, que nela estaria encarnado, será um espírito mais avançado e levado ao bem”. Observemos nossas crianças e identifiquemos os caracteres de elevação que trazem ao nascer: por suas inteligências precoces; pelo sentimento natural do bem e do  belo; pelas intuições e acentuada espiritualidade, será fácil identificar a qual categoria pertencem: a dos espíritos adiantados que transformarão a  terra em planeta regenerado.
  
  Asseveram os instrutores do Mundo Maior que, ao lado dos acontecimentos infelizes, presenciaremos mudanças individuais e coletivas que marcarão o início do novo tempo. Essas  mudanças já podem ser observadas na fraternidade que põe seus fundamentos em todos os cantos do planeta; preconceito de raça e credo religioso estão sendo extinguidos; fanatismo e a intolerância estão cedendo terreno à fé raciocinada e ao ecumenismo; a liberdade de consciência introduz-se nos costumes dos povos e torna-se um direito inalienável; unidade e uniformidade que predispõem à fraternidade; Ciência e Religião unindo-se para equacionar os enigmas do homem trazendo-lhe a luz do conhecimento e o consolo da fé. Os instrutores Espirituais, em Obras Póstumas, vaticinam:

 E, dos quatros cantos do globo, logo os sábios oficiais vão ouvir, com pavor, jovens imberbes, que virão, numa linguagem profunda, retorquir seus argumentos, que acreditavam irrefutáveis. [...] mas ainda  muitos dentre  eles gozarão desse estado particular, privilégio das almas grandes, como Jesus, que dá o poder de curar e de fazer maravilhas, reputados milagres.
    
    O futuro já nos acena, glorioso, para as mudanças que devemos efetuar em nós mesmos, para que se cumpram as promessas de Jesus de Bem aventurança aos que herdarão a Terra Regenerada.
    
      Façamos a nossa parte amando-nos e instruindo-nos.

Artigo de Paulo Fernandes  Moura.

    

 


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