O centenário de Luiz Gonzaga
Em versos doces poéticos
Faço uma descrição
De um legítimo sertanejo
Quem mais cantou o sertão
O pernambucano Luiz
Gonzaga , rei do baião.
O filho de dona Ana
E também de Januário
Herdou de seu pai a música
No seu mundo imaginário
Dois mil e doze o Brasil
Festeja seu centenário.
Na cidade de Exu
Dia de Santa Luzia
Nasce o menino Luiz
Com o dom da melodia
Fez um castelo de sonhos
Ergueu sua monarquia.
Ele serviu o exército
Como um bom brasileiro
Esteve no Piauí
Foi soldado corneteiro
Quando deu baixa na farda
Resolveu ser sanfoneiro.
No sertão pernambucano
Tocou baião e xaxado
E embaixo de latadas
Com seu forró animado
Em povoado e fazendas
E também festa de gado.
Espalhando-se a fama
Do menino sanfoneiro
Foi conquistando seu público
Como artista verdadeiro
Deixa a terra natal
Foi para o Rio de janeiro.
Juntou xote e xaxado
O aboio do sertão
Maracatu e lambada
Valsa e samba canção
Pagode, macha e toada
Reinventou o baião.
Para sua indumentária
Luiz foi mais brasileiro
Com os trajes do boêmio
E o chapéu do vaqueiro
As estrelas do cangaço
E a sandália do romeiro.
Tocando em bar e boate
Ganhando aplauso e cachê
E nos programas de rádio
No teatro e na TV
Com muita sorte e coragem
Grava o primeiro LP.
E foi na terra do samba
Ganhou personalidade
Criou o seu próprio estilo
Com a musicalidade
Com fama e muito prestígio
Tornou-se uma majestade.
Aonde Luiz tocava
Reunia multidão
Passou a cantar também
Toda saga do sertão
Sua música virou símbolo
Das festas de São João.
Passou a cantar Santo Antônio
O santo casamenteiro
E São João que é patrono
Dos folguedos brasileiros
São Pedro dos pescadores
O legítimo padroeiro.
Canta a fé dos nordestinos
Por padre Cícero Romão
Pra São Francisco das Chagas
Cantou poema e canção
A coragem e a bravura
Do famoso lampião.
Dizia que o sertanejo
Se movia pela fé
Que faz grande romaria
Juazeiro e Canindé
E quando faltava chuva
Pedia pra São José.
Do poeta patativa
Cantou a triste partida
Fez de Zé Dantas parceiro
Sua música era aplaudida
Por que Deus lhe ajudou
A vencer as curvas da vida.
Asa Branca foi a música
Que lhe deu passagem franca
E a porta do sucesso
Luiz Gonzaga destranca
Com o seu chapéu de couro
E sua sanfona branca.
Luiz Gonzaga cantou
Do seu povo a migração
A crença religiosa
Costumes, superstição
O sucesso não apagou
As lembranças do sertão.
Os retirantes da seca
Para o Rio de Janeiro
São Paulo e Minas Gerais
Atrás de ganhar dinheiro
E saudava sua terra
No aboio do vaqueiro.
A seca que faz de vítima
O caboclo nordestino
O desespero do pai
Com a fome do menino
Nem com isso ele perde
A fé em Deus pai divino.
O gigante São Francisco
Que entra pelo nordeste
Levando água e fartura
Entre caatinga e agreste
A coragem dos conterrâneos
Que migraram para o sudeste.
Foi assim Luiz Gonzaga
Por quase cinquenta anos
Superando os desafios
Realizando os seus planos
E foi criando os Fan Clube
Chamados “os Gonzaguianos”.
Comemoramos sem anos
De Luiz o nascimento
E vinte e três de saudade
Cantando a cada momento
Ninguém chega a seu reinado
Nem ocupa o seu assento.
Toda rádio do Brasil
Luiz Gonzaga entoa
Com a voz melodiosa
Com a música sagrada e boa
Do nosso rei do baião
Ninguém lhe toma a coroa.
Centenas de seguidores
Pelo mundo conquistou
Cantando as bonitas músicas
Que o Gonzaga gravou
Mas ninguém canta o nordeste
Como Gonzaga cantou.
Dos cantadores que partiram
Luiz é o mais lembrado
Entre grandes sanfoneiros
Luiz é o mais consagrado
Entre os mitos musicais
O mais bibliografado.
Cantou a mulher rendeira
No programa do Chacrinha
As brincadeiras de rodas
Também a salve rainha
Assum preto, boi fubá
Músicas que não sai de linha.
Do famoso João do vale
Foi intérprete e parceiro
Zé Dantas e Patativa
Do Jakson do pandeiro
Luiz Gonzaga é patrono
De cada um sanfoneiro.
O jumento é nosso irmão
Música simples e verdadeira
Cresci ouvindo no rádio
A samarica parteira
Gonzaga é o maior ícone
Dessa nação brasileira.
O sofrer do nordestino
Não existe drama maior
As vítimas que faz a seca
E a “seca verde” é a pior
Até cantando tristeza
Luiz Gonzaga é melhor.
O sucesso de Gonzaga
São cantados dia a dia
Rádio, TV, internet
Levando muita alegria
Fez tudo com muito amor
Com ritmo e poesia.
Pra ser um bom sanfoneiro
Tudo se relaciona
Com as músicas de Gonzaga
Dos trajes até a sanfona
Quando o artista é maior
O tempo moderno clona.
Os clones de Gonzagão
Não tomarão sua vaga
Pode cantar e tocar
No Brasil por qualquer plaga
Ninguém consegue o sucesso
Que ganhou Luiz Gonzaga.
Uma homenagem ao rei do baião, Luiz Gonzaga, através do
cordel de Pedro Costa.
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